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Pubalgia no tênis: Uma condição além do futebol

Pubalgia é mais comum do que se imagina — e quando ignorada, pode se tornar crônica

Por Dr. André Gismonti
Médico Ortopedista | Especialista Traumatologia do Esporte
Coordenador Médico da Rio Tennis Academy

Embora muitas vezes associada ao futebol, a pubalgia é uma das causas mais frequentes de dor e limitação em esportes que exigem explosão, tração muscular intensa e movimentos repetitivos de rotação do quadril — como tênis, futevôlei e corrida de alta intensidade.

No tênis, os gestos explosivos do saque, as trocas rápidas de direção e os giros abruptos do quadril e do tronco geram grandes cargas de tensão das estruturas da pelve, predispondo o desenvolvimento da lesão.

A pubalgia geralmente surge da sobrecarga nos tendões adutores da coxa, nos músculos reto abdominal e no iliopsoas — estruturas que convergem para a região do púbis, uma espécie de “ponto de encontro” entre as forças descendentes do abdômen e as ascendentes dos membros inferiores.

Quando há desequilíbrio entre essas forças — seja por encurtamentos de tendões, fraquezas musculares, controle motor insuficiente ou aumento abrupto da carga de treinos — as estruturas envolvidas ficam suscetíveis a lesões agudas ou microtraumas repetitivos e inflamação que, com o tempo, geram reação por estresse e evoluem para dor crônica e limitação funcional.

Como reconhecer os sinais:

• Dor na virilha ao realizar esforços físicos (ao arranque, corridas ou abrir as pernas ao jogar tênis)
• Rigidez no quadril ao acordar, com mobilidade reduzida
• Desconforto na região do púbis ao tossir, espirrar ou durante relações sexuais
• Desconforto na parte inferior do abdômen ou na parte interna da coxa

Diagnóstico preciso e tratamento individualizado fazem toda a diferença

A avaliação com um médico especialista, com experiência no tratamento da pubalgia, é fundamental. O diagnóstico preciso evita tratamentos inadequados e orienta a reabilitação de forma mais segura e eficaz. Além disso, o acompanhamento especializado permite monitorar a evolução clínica da lesão, com controle da carga de treinamento, mitigar o risco de recidiva e, principalmente, evitar a progressão para quadros crônicos e graves, que em alguns casos podem necessitar intervenção cirúrgica.

Como tratar e voltar a jogar com segurança

Nos casos de lesões agudas — como estiramentos ou rupturas parciais dos adutores, iliopsoas ou reto abdominal —, o protocolo inicial deve incluir repouso e métodos fisioterapêuticos para controle da dor, evoluindo com mobilidade e reabilitação progressiva.

O tratamento tem alta taxa de sucesso quando iniciado precocemente, em uma abordagem combinada de fisioterapia e preparação física específicos, que incluem:

• Controle da dor, inflamação e estímulos a cicatrização com recursos da fisioterapia
• Liberação miofascial e mobilidade
• Exercícios de fortalecimento e equilíbrio muscular do core e da cintura pélvica;
• Reeducação funcional do técnica esportivo
• Progressão gradual, com controle da carga de treinamento e retorno a prática esportiva

O tempo de retorno ao esporte pode variar de duas semanas a até seis meses, dependendo da gravidade da lesão e do engajamento ao tratamento.

Para casos crônicos, como tendinopatia dos adutores e edema ósseo (osteíte púbica), uma alternativa terapêutica eficaz para é a terapia por ondas de choque extracorpórea (TOC), que pode ser utilizada para modular a dor, otimizar a cicatrização dos tecidos afetados e acelerar o processo de recuperação.

Prevenir é jogar por mais tempo

Treinar com dor ou ignorar os primeiros sintomas é um erro comum, que pode transformar um quadro leve e tratável em uma limitação crônica — e custar semanas ou meses de afastamento.

O ideal é buscar atendimento tão logo seja notado o início de algum sintoma. A avaliação médica proporciona a identificação precoce da pubalgia, com a devida orientação para ajustes na preparação física e integração com fisioterapia especializada, com maior sucesso na reabilitação.

Na Rio Tennis Academy, nossa equipe está preparada para cuidar do atleta desde o primeiro incômodo até o retorno completo às quadras, sempre com foco em performance e longevidade esportiva.

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