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De volta ao esporte: o que fazer para evitar lesões no retorno

Por Caio Senise

Um dos princípios fundamentais do treinamento e exercício é o da reversibilidade, o qual indica que as adaptações fisiológicas geradas pelos treinos podem ser perdidas se cessarmos os estímulos por um período prolongado. Essa realidade destaca a necessidade da prática regular para manter os benefícios alcançados.


Esta reversão é particularmente evidente e significativa após lesões, especialmente quando há imobilização de um membro. A perda de massa muscular ocorre de forma rápida e intensa, afetando não apenas a estrutura muscular, mas também alterando o metabolismo e reduzindo a aptidão aeróbia devido a mudanças cardíacas, vasculares, musculares, sanguíneas e enzimáticas. A perda de “resistência aeróbia” é especialmente precoce e intensa nesses casos.


Embora pessoas com predisposição genética e aquelas que tenham praticado esportes por longos períodos possam recuperar os ganhos mais facilmente, é importante ressaltar que a perda de adaptações ocorre em todos os tecidos musculoesqueléticos – ossos, tendões, músculos, ligamentos e articulações.


Portanto, ao retornar à prática esportiva após um período de inatividade, além ficarmos cansados mais facilmente, nossa técnica não está apurada e temos um risco maior de lesões traumáticas e por sobrecarga, portanto, é crucial iniciar de maneira progressiva e respeitar o estado físico e técnico atual.

Caio Senise é médico do esporte formado pela USP. Além de trabalhar na Rio Tennis Academy, Caio é médico do Futebol Profissional do Botafogo de Futebol e Regatas e do Comitê Olímpico Brasileiro.

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